terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O papel da família

SENTIMENTOS E EMOÇÕES

Os portadores de esquizofrenia, pelas características da própria doença, passam a maior parte de seu tempo com suas famílias, principalmente seus pais e irmãos. As pessoas diretamente ligadas a eles também sofrem com os desgastes provocados pelo transtorno.
A esquizofrenia pode interferir nas relações familiares, provocar sentimentos negativos, como raiva, medo e angústia, pela sensação de impotência que os sintomas trazem. Como reagir frente a um delírio ou uma alucinação, que comportamento deve se ter diante de alguém desmotivado, que se isola ou que reluta em fazer alguma atividade? Como aceitar os percalços que a doença traz sem descontar no paciente, sua principal vítima, as nossas próprias frustrações?
O impacto emocional que o adoecimento traz aos familiares é muitas vezes tão intenso quanto àquele que atinge o paciente. Algumas reações comuns entre os familiares, particularmente no início da doença, quando tomam conhecimento do diagnóstico, são:
→ Negação ou subestimação: sentimento de incredulidade ou de irrealidade, como se aquilo não estivesse acontecendo ou como se fosse um pesadelo do qual se poderia acordar a qualquer momento. O familiar pode criar fantasias acerca da doença, duvidar ou questionar seus sintomas, acreditar numa cura miraculosa ou achar que o problema é menor e não deve gerar preocupações.
→ Sentimento de culpa: procurar responsabilizar alguém ou a si próprio, buscar um culpado para a doença.
→ Sentimento de revolta: agir com raiva diante do paciente ou de outro familiar, por não aceitar a doença.
→ Superproteção: acreditar que a doença vai deixar o paciente incapacitado e dependente, desenvolvendo formas de controle e cerceamento que irão tolir a liberdade e limitar a autonomia da pessoa.
O familiar precisa de tempo e de informação para mudar seus sentimentos, refletir sobre suas convicções e perder os preconceitos. Aprender a lidar com os sintomas vem a partir da vivência cotidiana, que precisa de reflexão e reavaliação constantes. Nossas atitudes podem ser determinantes para o futuro da pessoa que sofre de esquizofrenia. Atitudes positivas contribuirão para uma melhor recuperação, um futuro mais promissor, com menores índices de recaída, maiores possibilidades para se trabalhar a autonomia e melhorar a qualidade de vida e dos relacionamentos. Atitudes negativas desgastam as relações, impossibilitam a recuperação plena e estão associadas a um maior número de recaídas e a uma evolução mais grave da esquizofrenia.
Emoção expressada (E.E.) é o termo dado por pesquisadores ao conjunto de atitudes, sentimentos e reações de familiares que refletem emoções desajustadas relacionadas à doença e ao familiar adoecido. Quando se diz que uma família tem altos níveis de E.E., significa que os relacionamentos estão em conflito, aumentando a sobrecarga e o estresse. A capacidade de solucionar os principais problemas trazidos pela doença e sua convivência fica muito prejudicada. Por esse motivo, altos índices de E.E. são um dos fatores que mais se relacionam às recaídas e a um pior prognóstico.
Os familiares e pessoas próximas precisam dedicar um tempo ao conhecimento dos aspectos da doença, como forma de compreender melhor seu familiar e amigo, refletir sobre suas atitudes, mudar padrões errados de comportamento e reduzir o grau de estresse, buscando solucionar da melhor forma os conflitos do dia-a-dia. Essa nova maneira de encarar a esquizofrenia vai se reverter em benefícios para si, aliviando o sofrimento e o impacto causados pelo adoecimento e, sobretudo, melhorando a convivência e o ambiente familiar.



PADRÕES EMOCIONAIS

Os sentimentos provenientes da convivência do familiar com o paciente podem se cristalizar com o tempo, ditando atitudes e comportamentos que se repetirão no dia-a-dia. Muitos não percebem que estão agindo de maneira errada, pois o padrão de relacionamento estabelecido está tão enraizado, que permeia, de forma automática, grande parte do contato entre eles. O familiar passa a ter dificuldade de agir de forma diferente, na maioria das vezes culpando o paciente por isso, quando, na verdade, ele próprio não vem conseguindo mudar o seu comportamento sozinho. Isso leva a um ciclo vicioso, onde não se sabe mais onde está a causa e a conseqüência.
Os principais padrões emocionais encontrados em familiares de esquizofrênicos são detalhados a seguir. Um mesmo familiar pode apresentar mais de um padrão.
→ Hipercrítica – atitude crítica em relação ao paciente, cobrando atividades, tarefas e resultados com um nível elevado (e, muitas vezes, incompatível) de exigência, resultando quase sempre em seu fracasso. O familiar pode se tornar demasiadamente crítico também em relação aos sintomas e comportamentos provenientes da doença e que o paciente tem dificuldade de controlar. Esta atitude resulta comumente num padrão mais hostil de relacionamento.
→ Hostilidade – atitude hostil e de briga, com discussões e desavenças freqüentes, que pode evoluir, em alguns casos, para agressividade verbal e física de ambas as partes.
→ Permissividade – atitude permissiva, descompromissada ou indiferente, que, em geral, revela a pouca disponibilidade do familiar de se envolver com o paciente, não se importando com coisas boas ou negativas relacionadas a ele.
→ Superproteção – atitude superprotetora, preocupação demasiada, tendência a tomar a frente do paciente nas decisões e atividades que lhe cabem, restringindo sua liberdade e autonomia. Pode ocorrer controle excessivo, gerando discussões e desentendimentos entre o controlador e o paciente, evoluindo para um clima hostil.
→ Superenvolvimento afetivo – alguns familiares anulam-se, deixam de reservar um tempo para si, para atividades sociais e de lazer, passando a cuidar exclusivamente do paciente. Podem desenvolver quadros afetivos que variam da estafa à ansiedade e depressão. Sacrificam muito o seu lado pessoal e deixam transparecer sua frustração e cansaço, passando a impressão de que o paciente é um estorvo ou culpado por seu sofrimento. Muitos precisam também de um tratamento médico e de um acompanhamento psicoterápico.
É importante que o familiar identifique se alguns dos padrões característicos estão ocorrendo e reflita sobre suas atitudes e sentimentos. Uma recomendação geral é que cada um possa dedicar parte de seu tempo às atividades que proporcione prazer, uma válvula de escape para o estresse. Ter um período sozinho, para se cuidar, fazer atividades físicas, ter uma leitura agradável ou para relaxar e refletir sobre si mesmo. Buscar atividades sociais e de lazer que incluam o paciente também ajuda a aliviar as tensões e a reaproximar as pessoas. Conversar, trocar idéias e experiências, buscar soluções em conjunto e dividir melhor a sobrecarga, buscando a união de todos para enfrentar as dificuldades do dia-a-dia.

TERAPIA E PSICOEDUCAÇÃO

A terapia de família na esquizofrenia é um dos tratamentos complementares de maior eficácia, com repercussão direta no estado clínico do paciente. Existem vários trabalhos científicos que comprovam seus efeitos na adesão ao tratamento médico, na redução de recaídas e de hospitalizações, na melhoria da qualidade de vida e autonomia do paciente. Para os familiares, a terapia pode ajudá-los a reduzir o estresse, a trabalhar melhor seus sentimentos e angústias, superando a sensação de culpa e/ou fracasso, a identificar preconceitos e atitudes errôneas e os auxilia na busca de soluções para os problemas cotidianos.
O modelo de terapia que mais tem se mostrado eficaz na esquizofrenia é o da psicoeducação de família, que acrescenta à terapia informações sobre a doença. Oferecer conhecimento teórico é imprescindível para ajudar o familiar a compreender melhor seu paciente, reavaliando julgamentos e atitudes. Esta importante etapa educativa o prepara para a etapa seguinte, a terapia propriamente.
A terapia pode ser individual (com um ou mais membros de uma mesma família) ou em grupo (várias famílias). Ela analisa as situações práticas do dia-a-dia e como cada um lida com os conflitos e soluciona os problemas, propondo uma reflexão. Ela pode recorrer a qualquer momento à etapa educativa para corrigir equívocos que porventura persistirem. Essa reflexão é essencial para que o familiar esteja mais receptivo a novas maneiras de lidar com o estresse e adquira maior habilidade no manejo e na solução das situações, reduzindo assim a sobrecarga e melhorando a qualidade do relacionamento familiar.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O Estigma da Doença Mental: Que Caminho Percorremos? (artigo)




RESUMO 

O estigma da doença mental tem sido alvo de crescente atenção nos últimos anos, com um aumento exponencial de publicações sobre o tema. Este fenómeno constitui para os doentes uma fonte de sofrimento, representando um obstáculo à concretização de projectos pessoais e à integração social plena, objectivo principal da prática psiquiátrica atual. Neste artigo, os autores fazem uma revisão selectiva do tema do estigma da doença mental, abordando as suas definições, origens, repercussões, vivências dos doentes e abordagens para o combater. A literatura revela tratar-se de um fenômeno complexo, cujas definições provêm de diferentes campos do conhecimento (sociologia, psicologia e psiquiatria). O seu impacto na vida das pessoas com doença mental é evidente, condicionando perda de oportunidades, prejuízo da auto-estima e auto-conceito, qualidade de vida, suporte social e empoderamento e atuando como uma barreira ao desempenho dos papéis sociais habituais. O estigma parece ainda comprometer o acesso a cuidados de saúde, não apenas ao tratamento psiquiátrico, mas também a cuidados médicos gerais, com aumento da morbilidade e mortalidade desta população vulnerável. Tem sido dedicado um considerável esforço à compreensão deste fenômeno e ao delinear de estratégias anti-estigma, que passam também pela sensibilização dos profissionais de saúde para o tema, tendo em vista a melhoria da prática clínica e qualidade dos cuidados prestados.

Palavras-Chave: Estigma; Doença Mental; Estratégias Anti-estigma

Leia o artigo completo em: http://www.psilogos.com/Revista/Vol11N2/Indice15_ficheiros/Estigma%20doenca%20mental.pdf

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Estigma



A palavra estigma tem origem grega e significa marcar, pontuar. Os gregos marcavam o corpo de pessoas quando buscavam evidenciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre seu status moral e assim possibilitavam que ela fosse facilmente identificada e evitada. Um estigma é na realidade um tipo especial de relação entre um atributo da pessoa e um estereótipo negativo e acaba sendo visto como algo que a define mais do que um rótulo a ela aplicado.
O estigma está relacionado a conhecimentos insuficientes ou inadequados (estereótipos), que leva a preconceitos (pressupostos negativos), à discriminação (comportamentos de rejeição) e ao distanciamento social da pessoa estigmatizada.

Estudos realizados desde os anos 1950 demonstram que as pessoas em geral apresentam grande desconhecimento sobre as doenças mentais e uma reação negativa diante dos doentes mentais, considerando-os “relativamente perigosos, sujos, imprevisíveis e sem valor”. Essa percepção acaba por provocar sentimentos de “medo, desconfiança e aversão” pelos portadores de doenças mentais. O processo de desinstitucionalização dos doentes mentais – fechando hospitais psiquiátricos e abrindo serviços comunitários e residências terapêuticas – infelizmente tem contribuído para o crescimento do estigma na medida em que a população fica mais exposta a contatos com doentes mentais graves, sem o necessário incremento de informações sobre a real situação deles. A ideia de que os doentes mentais são violentos é muitas vezes difundida pela mídia e não encontra respaldo na realidade na medida em que, na maioria das vezes, os portadores são mais vítimas de violência que perpetradores desta.

Assim, o estigma relacionado às doenças mentais, além de associar-se a  uma visão estereotipada de imprevisibilidade e violência, associa-se também à negação de direitos humanos dos portadores, frequentemente contribui para sua exclusão social e os coloca em posição de desvantagem quando buscam emprego, moradia, estudo, direitos previdenciários e mesmo acesso a tratamento, e produz autoestigma e baixa autoestima, contribuindo para pior qualidade de vida. Usualmente, o estigma e a discriminação em relação as pessoas com  doenças mentais se estendem a família, amigos e mesmo a profissionais e serviços de saúde mental, observando-se uma discriminação orçamentária da saúde mental nas políticas de saúde pública.

As estratégias para mudar atitudes estigmatizantes usualmente envolvem educação (informações sobre as doenças mentais e as pessoas com esquizofrenia) – que não se mostra duradoura e não necessariamente muda atitudes, contato por meio da interação direta de pessoas com esquizofrenia e protesto (buscando suprimir atitudes estigmatizadas, principalmente na mídia), sendo esta última a menos eficiente. Mais recentemente, estratégias favorecedoras de empoderamento (empowerment) das pessoas com esquizofrenia têm sido preconizadas de forma a promover sua participação efetiva no planejamento terapêutico e na própria avaliação dos serviços de saúde mental.


Consequências

Quando rotulamos alguém, não olhamos para o que essa pessoa realmente é ou sente.
Se nos referimos a alguém que tem um transtorno mental como “louco”, “esquizofrênico”, “leso” ou “noia”, esses termos são usados como rótulos e trazem mais sofrimento para estas pessoas.

O uso de rótulos negativos “marca” e desqualifica uma pessoa. Esta marca é o que chamamos de estigma. As pessoas estigmatizadas passam a ser reconhecidas pelos aspectos “negativos” associados a esta marca, ou rótulo.
O estigma é gerado pela desinformação e pelo preconceito e cria um círculo vicioso de discriminação e exclusão social, que perpetuam a desinformação e o preconceito. As consequências para as pessoas que sofrem o estigma são muito sérias:
  • O estigma e a discriminação tornam mais difícil para as pessoas que sofrem de algum transtorno mental reconhecer que tem algum problema e procurar apoio e tratamento.
  • Por causa do estigma e da discriminação, as pessoas que sofrem de transtornos mentais são frequentemente tratadas com desrespeito, desconfiança ou medo.
  • O estigma e a discriminação impedem as pessoas que tem problemas de saúde mental de trabalhar, estudar e de relacionar-se com os outros.
  • A rejeição, a incompreensão e a negligência exercem um efeito negativo na pessoa, acarretando ou aumentando o autoestigma, imagem negativa que as pessoas com esquizofrenia desenvolvem a respeito de si. Estudos têm mostrado que o estigma é a influência mais negativa na vida das pessoas com algum transtorno mental
  • A discriminação causa dano: destrói a autoestima, causa depressão e ansiedade, cria isolamento e exclusão social.

Por que as pessoas com esquizofrenia são estigmatizadas? Estas pessoas são estigmatizadas porque a família, os amigos e as pessoas em geral não entendem esta doença. A esquizofrenia não é resultado de uma fraqueza da pessoa, nem é causada por problemas familiares ou espirituais.

As pessoas com esquizofrenia não têm "dupla personalidade" e a maioria não é perigosa nem ataca os outros quando adequadamente tratadas. No entanto, o público em geral, e até mesmo alguns profissionais de saúde, tendem a manter uma imagem estereotipada de pessoas com esquizofrenia. Você pode ajudar a combater o estigma, desfazendo equívocos!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

A esquizofrenia é um fator de risco para crimes violentos?

schizophrenia
Um novo estudo realizado pela Universidade Médica Sueca Karolinska Institutet e pela Universidade de Oxford relaciona a esquizofrenia a um aumento não significativo no risco de cometer crimes violentos. A participação de indivíduos com esquizofrenia em crimes violentos é quase exclusivamente atribuível ao concomitante uso de drogas de abuso.


Diversos estudos têm relatado algo a respeito da associação entre esquizofrenia e violência. Alguns desses estudos relatam um risco de cometer crimes violentos aumentado em 4 a 6 vezes em pessoas que têm esse transtorno. No entanto, as estimativas variam consideravelmente em todos os estudos, existindo uma considerável incerteza quanto ao que medeia esse risco elevado. Apesar da incerteza, as diretrizes atuais recomendam que a avaliação dos riscos de violência deva ser realizada em todos os pacientes com esquizofrenia. 
Esse novo estudo, publicado em 20 de Maio de 2009 na revista científica The Journal of American Medical Association, é um dos mais importantes nessa temática. Trata-se de um estudo longitudinal em que foram utilizados e relacionados registros nacionais de admissões hospitalares da Suécia e dados de condenações penais suecos entre 1973-2006. O risco de crime violento em pacientes com diagnóstico de esquizofrenia (n = 8.003) foi comparado com a população geral (n = 80.025). Usando esses dados, os pesquisadores identificaram indivíduos que haviam sido internados com esquizofrenia ou por abuso de álcool ou drogas. Para maior confiança no diagnóstico da esquizofrenia, contou-se apenas com casos nos quais haviam pelo menos duas internações pela doença. 
Os pesquisadores evidenciaram que 27,6% das pessoas com esquizofrenia e abuso concomitante de drogas ou álcool foram condenados por crimes violentos, em comparação com 8,5% das pessoas com esquizofrenia e sem uso de drogas de abuso e 5,3% da população em geral. 
"Assim, a ideia de que pessoas com esquizofrenia geralmente são mais violentos do que aquelas sem esse transtorno não é verdade", diz o Dr. Niklas Långström, um dos pesquisadores por trás do estudo. "As pessoas com esquizofrenia, mas não usuárias de drogas de abuso, insignificantemente são mais violentos do que as pessoas em geral." 
Os autores demonstraram que o risco de crime violento em pacientes com esquizofrenia e sem dependência de drogas é apenas ligeiramente aumentado. Em contraste, esse risco é substancialmente aumentado em pacientes com dependência química, sugerindo que as atuais avaliações, gestões e tratamentos nesses indivíduos podem necessitar de revisão. 
Fonte: Seena Fazel; Niklas Långström; Anders Hjern; Martin Grann; Paul Lichtenstein."Schizophrenia, substance abuse, and violent crime" The Journal of the American Medical Association, JAMA. 2009; 301(19):2016-2023.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Atuação do Enfermeiro frente ao paciente com Esquizofrenia Paranoide (artigo)



RESUMO
A esquizofrenia nos dias de hoje vem se tornando cada vez mais um problema de saúde pública, onde há um envolvimento de vários fatores tanto sociais, econômicos, psicológicos onde a aquisição do transtorno causa grande sofrimento para a família apresentando vários graus de comprometimento. A esquizofrenia paranóide apresenta predominantemente delírios sistematizados, sólidos com detalhada coerência interna, ou alucinações. Afeto e discurso estão freqüentemente preservados, é a mais comum e também responde melhor ao tratamento. Tendo como objetivo geral desse trabalho,ressaltar a importância do enfermeiro frente aos cuidados com o paciente com esquizofrenia paranoide,bem como objetivos específicos, orientar a família sobre a importância do tratamento, estimular o paciente na promoção da socialização, buscar a compreensão e participação da família na vida desses pacientes. Para tanto a metodologia realizada é de natureza exploratória, tendo como método de abordagem qualitativa, uma vez que esta permite melhor compreensão a cerca dos assuntos abordados.

Palavras-chave: enfermeiro, paciente, tratamento.


Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/atuacao-do-enfermeiro-frente-ao-paciente-com-esquizofrenia-paranoide/40330/#ixzz3uVPm9U4q

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A esquizofrenia e seus aspectos de inclusão social



Resumo: A esquizofrenia causa muito sofrimento ao paciente e as pessoas ao seu redor, onde acabam todos se tornando vitimas da doença e causa de preconceito. A reinserção social, inclusão da família e da comunidade no tratamento são recursos utilizados para a promoção da saúde mental, para que os portadores de transtornos mentais tenham uma melhor qualidade de vida, uma vez que este transtorno psicótico possa ocasionar dificuldades à sua vida social. Ao abordarmos os aspectos que levam a vida social de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia, enfatizamos a participação e o comportamento em atividades comunitárias e de lazer e a interação interpessoal com familiares e amigos.  
Palavras-chave: inclusão social, esquizofrenia, relações sociais. 
Introdução
O presente artigo tem como objetivo apresentar a situação dos esquizofrênicos em meio à sociedade, tomando como base aspectos culturais e familiares, classificando a psicopatologia esquizofrenia segundo o CID - 10, onde "os transtornos esquizofrênicos são caracterizados em geral por distorções fundamentais e características de pensamentos e percepções e por afeto inadequado ou embotado, a perturbação envolve as funções mais básicas que dão a pessoa normal um senso de individualismo único e direção de si mesmo". É classificada em:
  1. Esquizofrenia Paranoide
  2. Esquizofrenia Hebefrênica
  3. Esquizofrenia Simples
Considerando que a esquizofrenia não tem cura e afeta tanto homens quanto mulheres, costuma dar seus primeiros sinais a partir dos 18 anos. É justamente nessa fase que a pessoa está entrando no mercado de trabalho ou começando uma faculdade, onde, no caso dos esquizofrênicos, passam a sofrer dificuldades. Para o entendimento deste assunto é necessária a definição de fatores históricos, sociais e culturais.
No Brasil, entre as décadas de 1970-80, ao lado das lutas sindicais surgiram novos movimentos que lutavam pelos direitos dos negros, das mulheres, dos homossexuais e de outros grupos vulneráveis, entre estes grupos, surgiu o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, iniciado na década de 1970. Objetivado pela discussão acerca das características da assistência psiquiátrica oferecida nos manicômios às pessoas com transtornos mentais no Brasil. O Manicômio como uma instituição total, revelou-se desde a criação como um espaço de violência e arbitrariedade sobre as pessoas que acolhia. Sua estrutura se apresenta como desumana e ineficiente por seus resultados desastrosos, constituindo-se um lugar de sofrimento e dor, onde os pacientes, sem direito à defesa, são submetidos a maus tratos, privação de sua liberdade, de seu direito à cidadania e à participação social. Esta luta foi aderida não somente pelos profissionais da área, como também pelos usuários do serviço, tendo como principal conquista a circulação do sujeito no campo social. Foi um movimento que procurou estabelecer a socialização.
"Existe a ideia de que o louco precisa adaptar-se à vida fora dos hospitais, mas esse movimento é necessário também por parte da sociedade que vai receber. Não se pode esperar que o louco se enquadre ao ordenamento neurótico, mas a convivência é possível." (Ferreira E. D., 2007, p. 23).
A luta pela Reforma Psiquiátrica se liga a estratégias de difusão e ampliação das inovações institucionais construídas no campo da saúde mental. No interior desse movimento visualizam-se as associações, usuários e familiares, bem como os movimentos sociais que tem como bandeira a luta antimanicomial. Esses espaços constituem-se uma identidade coletiva orientada para uma ação política dirigida a conquista de uma maior visibilidade social, dos princípios da Reforma Psiquiátrica.
Com o avanço da tecnologia e sua influência sobre todas as áreas, inclusive no avanço da saúde mental, o paciente com algum tipo de transtorno psicológico recebe tratamentos que o incentivam a procurar sua inserção na sociedade. Marcada por preconceitos e desigualdades sociais, ao passo que, os esquizofrênicos são classificados como inferiores em relação aos que não apresentam distúrbios mentais.
O principal fator de inclusão social dos esquizofrênicos são os aspectos familiares (relação familia - paciente), pois a esquizofrenia é entendida como causada por eventos externos em relação ao individuo doente, onde a doença é percebida como um problema de toda a família e não apenas do enfermo. O paciente esquizofrênico sofre com sua condição e sua família também, não há como isto ser evitado. Esta é vista como desestruturada, fria, indiferente ou mesmo hostil ao paciente. Da mesma forma que o paciente esquizofrênico sofre duas vezes, pela doença e pelo preconceito, a família também sofre duas vezes, com a doença do filho e com a discriminação e incompreensão social. A família é o principal elemento no cuidado dos pacientes esquizofrênicos, pois estes ficam cada vez mais com seus familiares.
"Independente de seus desejos, os familiares tem que traduzir o mundo para o seu familiar esquizofrênico, e às vezes funcionam como psicoterapeutas, consolando, ajudando, aconselhando e guiando o seu parente doente." (Seeman, 1988).
Outro fator que influencia na inclusão dos esquizofrênicos na sociedade, são os aspectos culturais. Pesquisas feitas por Murphy (Shirakawa, I.; Chaves, A. C.; Mari, J. J; 2001; p. 223), hipotetizam as diferenças em relação ao risco (incidência) que está relacionado com o vinculo entre a cultura da sociedade e a visão particular do esquizofrênico, enquanto a evolução está relacionada aos aspectos de organização social e os obstáculos que uma cultura coloca nos modos como o individuo com esquizofrenia retornam aos seus papeis normais.
"Como a cultura não é algo estático, nem uma mera variável, o que precisa ser caracterizado é o tipo de experiência que a cultura fornece para aqueles indivíduos mais propensos em adquirir esquizofrenia” (Shirakawa, I.; Chaves, A. C.; Mari, J. J.; 2001, p. 222).
A hipótese de que os sintomas da esquizofrenia podem ser expressos diferentemente em cada cultura, vem sendo estudada por psiquiatras transculturais. Esta hipótese levanta a questão do relativismo cultural, que é representado através das seguintes idéias: mesmo que o quadro clínico aparente ser ligeiramente diverso a forma da esquizofrenia é universal, desde que se leve em consideração linguagem e cultura; aceitam a possibilidade de que a cultura apresenta uma influência importante na programação do cérebro; a esquizofrenia é exclusivamente concebida enquanto produto de atributos sociais, já que a cultura é caracterizada pela forma de sentir, pensar e agir. Assim através da cultura tentam explicar a razão dos sintomas dos esquizofrênicos.
Os pacientes psiquiátricos, hospitalizados por longos períodos, têm estratégias de sobrevivência na comunidade, mas algumas destas demonstram uma "auto - exclusão", como exemplo, a tendência ao isolamento social, indiferença ao trabalho, rede social limitada, etc. Apesar de a idéia parecer uma auto - exclusão, ela na verdade pode ser vista como uma estratégia bastante sensata a partir do instante em que tais pessoas permanecem vinculadas ao grupo de ex psiquiátricos na busca de identificar-se com os demais em relação aos valores, recursos e experiências em comum. Através destas tentativas de inclusão, quando o enfermo demonstra algum sintoma de recaída, em relação a suas estratégias, um dos fatores que podem vir a ser apresentados pelo paciente é alguma deficiência no trabalho, onde as pessoas de seu convívio logo o afastam. Como os primeiros sintomas aparecem entre a adolescência e o inicio da fase adulta, cada vez mais cedo, essas pessoas estão fora do mercado de trabalho. A inserção do paciente esquizofrênico no mercado de trabalho é um dever de toda a sociedade, pois eles podem ser produtivos.
A psicologia e a medicina há muitos anos tentam explicar e entender a esquizofrenia, na tentativa de responder à sociedade suas dúvidas. Segundo alguns pensadores da área da psicologia, o problema da doença mental parece estar no olhar, na maneira de encarar a realidade: visão de si mesmo, do outro, da sociedade e das coisas ao seu redor. Este olhar do esquizofrênico possui como principal aspecto a percepção da realidade alterada. Em outras palavras, a realidade seria diferente para o esquizofrênico. Isto envolve enxergar em sua vida coisas ora assustadoras, ora prazerosas, mas que aos olhos dos demais não existem. E também envolve não conseguir perceber o que todas as demais pessoas enxergam, do mesmo modo que elas compreendem os fatos como certo ou errado, justo ou injusto, bom ou ruim e assim por diante.
Desta maneira a pessoa que sofre de esquizofrenia sente-se excluída também por não conseguir compartilhar da mesma visão da sociedade, e, por outro lado ao sentir-se mal compreendida em sua visão particular. Viver em um mundo exclusivo onde ninguém mais enxerga o que se pode "ver" em seus delírios é em si propiciador de sofrimento. Pois o ser humano precisa se sentir parte de um grupo, compreendido, amado e aceito. Também precisa se sentir semelhante aos outros em algum aspecto para adquirir uma identidade social, considerando que o ambiente social deve ser bem estruturado.
Apesar de todas as características da doença, o tratamento traz bons resultados. Por isso, o esquizofrênico pode seguir uma vida semelhante a qualquer outro individuo, como: estudar, trabalhar, namorar, casar, ter uma vida em sociedade. A adesão ao tratamento não é uma tarefa fácil, pois inclui, além de medicações de alto custo, comparecimento às sessões de psicoterapia e cumprimento de uma agenda de tarefas propostas, que deverão ser mantidas ao longo de sua vida. Pacientes que não aderem ao tratamento são mais vulneráveis aos riscos que a doença oferece, onde esta vulnerabilidade poderá ocasionar a morte, e a sua principal causa é o suicídio, sendo mais frequentes em homens, por se sentirem mais sozinhos e sem esperanças.
O atual grande desafio dos profissionais da saúde é a conscientização da sociedade de que diferentes olhares podem também ser somados de modo muito rico. E cada profissional possui um papel importante nesta proposta de inclusão social da doença mental. Aos demais cidadãos, fica a tarefa de entender que o sofrimento psicológico é algo que existe em todos nós e se manifesta de diferentes maneiras e intensidades. Isto nos permite compreender que a pessoa com esquizofrenia precisará de ajuda e cuidado, apoio e tratamento adequado. Excluí-la da sociedade é destruir seus últimos recursos de sobrevivência emocional. Aceitá-la, respeitá-la e compreendê-la como um ser em sofrimento constante, que deverá ser tratado pelo profissional da saúde, talvez seja o primeiro dos muitos passos para um caminho mais acolhedor e terapêutico. O olhar esquizofrênico da vida é diferente, mas pode sim enriquecer olhares já cansados da nossa civilização, ao se depararem com uma realidade carente de compreensão, afeto e de solidariedade, como se este fosse um caminho para não ser louco e sim civilizado.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Saiba lidar com a esquizofrenia infantil

Saiba lidar com a esquizofrenia infantil
As primeiras aparições podem ser muito vagas

Saber identificar comportamentos nada comuns em crianças continua tarefa desafiadora aos pais. Como identificar, por exemplo, a esquizofrenia infantil?
Ainda que hajam casos raros da doença nessa fase, que não tem cura nem causa conhecidas, especialistas afirmam que a esquizofrenia em crianças costuma aparecer antes dos cinco anos de idade e poucas vezes surge na adolescência.
Quando a esquizofrenia infantil começa muito cedo na vida, os sintomas podem construir-se gradualmente. E as primeiras aparições podem ser tão vagas que é complicado decidir o que é errado ou pode atribuí-las a uma fase de desenvolvimento.
Preste atenção, por exemplo, se a criança tem delírios ou alucinações. A criança esquizofrênica costuma apresentar modos e pensamentos irracionais e problemas que exerçam tarefas habituais, como o simples hábito de tomar banho ou se vestir. Outros sinais bastante comuns da doença são atrasos na linguagem e comportamento motor incomuns, como balançar ou agitar muito o braço sem motivo.
A observação é importante porque, com o passar do tempo, os indícios da esquizofrenia infantil se tornam mais graves e perceptíveis para a família, amigos e funcionários da escola.
Eventualmente, a criança pode desenvolver os sintomas de psicose, incluindo alucinações, delírios mais frequentes e dificuldade de organizar seus pensamentos, quando há uma "ruptura da realidade." Segundo especialistas, essa é a fase crítica da doença, uma vez que há a possibilidade de hospitalização e tratamento com medicação.
Se você perceber que seu filho tem algum desses sintomas, não quer socializar, problemas na escola, comportamento violento ou agressivo ou outros sinais possíveis de um distúrbio de saúde mental, procure aconselhamento médico. Só um especialista poderá dar o diagnóstico e tratamento correto para a criança.
Veja outros sinais da esquizofrenia infantil.
• Ver ou ouvir coisas que não existem (alucinações), especialmente vozes
• Não ter crenças com base na realidade (delírios)
• Falta de emoção
• Emoções impróprias para a situação
• Retraimento social
• Mau desempenho escolar
• Diminuição da capacidade para a prática de autocuidado
• Rituais alimentares estranhos
• Discurso incoerente
• Pensamento ilógico
• Agitação

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Entre a genialidade e a loucura: conheça músicos que sofreram de esquizofrenia


Galeria Músicos Esquizofrênicos – Brian Wilson Uma pesquisa em 2010 comprovou que pessoas com QI elevado possuíam mais chances de se tornarem esquizofrênicas, ou seja, perderem o contato com a realidade. Talvez seja por isso que tantos músicos únicos e geniais, das suas próprias maneiras, sofram com essa doença. Como foi o caso célebre de Brian Wilson, grande gênio por trás das intrincadas e belas melodias do Beach Boys. Depois de Pet Sounds (1966), o mundo da música parecia polarizado entre Beatles e o som da banda de Wilson, mas, na tentativa de fazer o melhor disco de todos os tempos, Wilson se perdeu e acabou abandonando o projeto do disco Smile, lançado apenas recentemente, quarenta anos depois. Veja outros exemplos a seguir:


Galeria Músicos Esquizofrênicos – Syd Barrett
Syd Barrett (na foto, o terceiro, da esq. para dir.) foi simplesmente um dos fundadores do Pink Floyd. Com a banda, contudo, ele lançou apenas The Piper at the Gates of Dawn (1967) e A Saucerful of Secrets (1968). Ele acabou saindo da banda, por abuso de drogas e bebidas. Seu quadro de esquizofrenia piorou e ele acabou nunca conseguindo se firmar como artista solo. Syd morreu em 2006, aos 60 anos.




Galeria Músicos Esquizofrênicos – Jim Gordon
James Beck Gordon, ou Jim Gordon, foi um dos maiores bateristas da sua geração, nos anos 60 e 70. Ele tocou com o Derek and the Dominos (foto), participou das principais gravações de John Lennon, Beach Boys, Jack Bruce, Alice Cooper, B.B. King, Tom Petty, Phil Spector, Frank Zappa, entre tantos outros. Na década seguinte, contudo, a esquizofrenia se acentuou e ele passou a ouvir vozes. Em um fim trágico, o músico acabou matando a própria mãe, em 1983, e foi condenado a prisão.


Galeria Músicos Esquizofrênicos – Tom Harrell


O trompetista Tom Harrell teve a esquizofrenia detectada ainda no fim dos anos 60. Trata-se de um caso de esquizofrenia paranoica, o que o atrapalha bastante, no palco e fora dele. Ainda assim, são mais de 200 discos, ente trabalhos solo e participações.



Galeria Músicos Esquizofrênicos – Peter Green

Fundador do Fleetwood Mac, Peter Green ainda tocou com gente como Santana, Judas Priest, Aerosmith e Tom Petty, mas seus problemas mentais se agravaram em meados dos anos 70, quando ele precisou ser internado. Ele passou por tratamentos de eletrochoque.



Galeria Músicos Esquizofrênicos – Bob Mosley


Vocalista do Moby Grape, Bob Mosley deixou a banda em 1969, logo depois do lançamento de Moby Grape '69, quando os primeiros sintomas de esquizofrenia apareceram. Mosley se afundou até o ponto de ir morar na rua, de onde foi resgatado pelos ex-companheiros de Moby Grape, em 1996.






Galeria Músicos Esquizofrênicos – Alexander “Skip” Spence

Alexander Lee "Skip" Spence, assim como Mosley, também ajudou a fundar o Moby Grape, mas não teve a mesma sorte que o companheiro. Skip lançou apenas um disco solo, Oar (foto), gravado durante sete anos, completamente sozinho. O disco, uma obra prima que mostrava seu grau de confusão e dor, tornou-se célebre e, quando o artista morreu, em 1999, aos 52 anos, vitima de um câncer de pulmão, artistas como Robert Plant, Tom Waits, Mudhoney, Mark Lanegan e Beck regravaram o trabalho, em forma de tributo.


Galeria Músicos Esquizofrênicos – Wesley Willis




Cantor, compositor e artista, Wesley Willis morreu aos 40 anos, em 2003. Seu trabalho, contudo, foi marcado pela ácida crítica e um humor inteligente e bastante presente. Willis chegou a ser internado por dois meses, ao ser diagnosticado com paranoia e esquizofrenia. Ele dizia receber a visita de demônios.





Galeria Músicos Esquizofrênicos – Nathaniel Ayers
Talvez o nome e a foto ao lado não ajudem a lembrar-se quem é Nathaniel Ayers. A história dele, um músico esquizofrênico encontrado por um jornalista, foi adaptada para o cinema sob o nome de O Solista, em 2009, onde ele foi muito bem interpretado por um inspirado Jamie Foxx – Robert Downey Jr. interpretou o jornalista.



Galeria Músicos Esquizofrênicos – Daniel Johnston







O último da lista é Daniel Johnston, um músico promissor, que chegou a ser chamado de “Bob Dylan de uma nova geração indie”, afetado por não saber lidar com a perda de um grande amor e com as frustrações da vida adulta. Suas melodias trazem candura e inocência, ainda que elas escondam uma visão pessimista do mundo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Estudo liga gene da inteligência à esquizofrenia



Um estudo feito por pesquisadores americanos mostrou que a inteligência e a esquizofrenia podem estar ligadas por um gene que aumenta a habilidade do cérebro de pensar.

O trabalho, desenvolvido no Instituto Nacional para Saúde Mental dos Estados Unidos, em Bethesda, no Estado de Maryland, indica que a esquizofrenia, condição psicótica que afeta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo, pode ser o risco que determinadas pessoas têm de correr pelo desenvolvimento extraordinário de capacidades intelectuais.

A pesquisa, publicada no "Journal of Clinical Investigation", sugere que alguns dos fatores genéticos que envolvem as capacidades cognitivas podem apresentar problemas, deixando uma parcela dos indivíduos com maior chance de ter problemas mentais.

Os pesquisadores examinaram uma variação comum de um gene, o DARPP-32, que faz com que a região do cérebro responsável pelo raciocínio mais sofisticado seja mais eficiente, melhorando o processo de transmissão de informações.

Contudo, o gene também foi ligado à funções cerebrais registradas em pacientes com esquizofrenia. Uma investigação em 257 famílias com histórico de esquizofrenia mostrou que o gene é bastante comum entre pessoas com a doença. 

O gene amplia a capacidade de processamento de informação e, quando o cérebro funciona normalmente, o indivíduo ganha flexibilidade para pensar e um melhor desempenho da memória. 

Entretanto, outros genes e as condições de vida do indivíduo podem fazer com que o cérebro encontre dificuldades para gerenciar esse ganho, ocasionando um efeito colateral. “Seria o equivalente neurológico de uma megarrodovia terminando num beco sem saída”, comparou o pesquisador Daniel Weinberger, em entrevista ao jornal britânico "The Times".

A esquizofrenia é uma condição que pode causar alucinações e delírios e que em casos muito graves fazer com que o paciente se torne incapaz de interagir socialmente com outras pessoas. Estima-se que cerca de 1% da população do mundo tenha sintomas da doença.

Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrênicos, como o matemático John Forbes Nash (retratado no filme "Uma Mente Brilhante"), o músico Syd Barrett, ex-guitarrista do grupo Pink Floyd, o escritor americano Jack Kerouac e o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Famosos com esquizofrenia


A esquizofrenia é uma doença crônica, doença cerebral grave. Lidar com seus sintomas pode ser difícil. Aqui vamos falar sobre pessoas que viveram com a doença e apesar de todas as dificuldades, alcançaram fama e sucesso.
Esquizofrenia descreve um transtorno mental que se caracteriza por percepções anormais e expressões da realidade. As alucinações auditivas, delírios invulgares e uma falta de organização em pensamentos e fala caracterizar este transtorno. Genética, neurobiologia, ambiente e social, bem como a atmosfera psicológica em que uma pessoa é criada  são fatores que contribuem para a esquizofrenia. Pessoas com esquizofrenia tem exibição de condições co-mórbidas como depressão clínica e transtornos de ansiedade. O diagnóstico da esquizofrenia é baseado em experiências individuais e comportamento observado. Devido a problemas de saúde freqüentes e um aumento na taxa de suicídio  a expectativa de vida dos esquizofrênicos é reduzida. Viver com esquizofrenia não é fácil. Alguns perdem a esperança e sucumbir à doença  enquanto outros optam por lutar. Aqui olhamos para aqueles que lutaram sua doença e subiu para a fama – algumas pessoas famosas que sofrem de esquizofrenia.

John Nash: Nascido em 13 de junho de 1928, John Nash é um matemático norte-americano  que trabalhou em geometria diferencial- teoria dos jogos e as equações diferenciais parciais. Ele começou a mostrar sintomas de esquizofrenia durante seus anos de faculdade  que era em 1958. Em 1959  ele foi diagnosticado com esquizofrenia paranóica e depressão clínica leve. Apesar do diagnóstico, Nash não perdeu  a esperança. Ele continuou seus estudos e saiu para se tornar o vencedor da John von Neumann Theory Prize, o Leroy P. Steel Prize e do muito prestigiado Prêmio Nobel em 1994. O filme muito famoso  “Uma Mente Brilhante” foi baseado na vida de John Nash. O filme mostrava o gênio John Nash e sua luta contra  esquizofrenia.
William Chester Minor: Nascido em junho de 1834, W.C. Menor, como também era chamado  era um cirurgião americano a dar contribuições valiosas para o Dicionário de Inglês Oxford. Após completar sua educação  William Chester começou a servir o exército de união. Após o fim da Guerra Civil Americana  ele começou a passar a maior parte do seu tempo de folga com prostitutas. Sua condição piorou ainda mais a um ponto onde ele teve que ser internado em um manicômio em Washington DC. Mostrando nenhuma melhora  ele continuou com a sua vida devassa. Em sua paranóia  ele atirou em um homem que ele acreditava ter quebrado em seu quarto. Ele foi julgado inocente por razões de insanidade. Isso trouxe o fato de que a desorientação em sua vida foi o resultado de sua doença mental. Mais tarde, Chester veio a saber da necessidade de voluntários para criar o Dicionário Oxford de Inglês, talvez de os livreiros de Londres. Ele provou ser um dos melhores voluntários que contribuiram   para o Dicionário de Inglês Oxford. Infelizmente, a condição de Chester se deterioraram ainda mais. Ele foi diagnosticado com esquizofrenia e morreu em 1920.
Tom Harrell: Nascido em 16 de junho de 1946, Tom Harrell é um americano famoso pós-bop-trompetista de jazz. Ele também é um compositor bem conhecido. Ele começou a exibir seu talento na música em uma idade muito jovem. Ele começou a tocar trompete com a idade de 8. Em 1969  passou para fora da Universidade de Stanford com uma licenciatura em composição musical. Ele logo se tornou uma parte da orquestra do Stan Kenton do. Mais tarde  ele tocou em muitas bandas de música de um famoso e orquestras. Em 1989  ele conduziu os seus próprios grupos. Este renomado músico sofreu  de esquizofrenia paranóide. Ele sofreu os  efeitos colaterais graves dos medicamentos anti-psicóticos que ele está ligado. Apesar de sua doença  ele continuou a balançar shows musicais em diferentes partes do mundo.
Eduard Einstein: Nascido em Zurique  em 28 de julho de 1910, Eduard era o segundo filho do físico Albert Einstein e Mileva Maric. Como estudante  Eduard era muito inteligente. Ele tinha um dom para a música. Ele tinha um sonho de se tornar um psicanalista. Mas o destino tinha outra coisa em mente. Ele foi diagnosticado esquizofrênico em  idade de 20 anos. Ele precisou de ser internado várias vezes. Na idade de 55 anos, Eduard Einstein morreu em um asilo. Vindo da famosa família de Einstein, Eduard com sua doença foi mais tarde usado para criar a consciência pública sobre a esquizofrenia.
Roky Erickson: Nascido Roger Kynard Erickson em 15 de julho de 1947, Erickson é um cantor americano, compositor, guitarrista e um tocador de gaita. Desde a juventude  Erickson teve grande interesse na música. Ele começou a tocar piano aos 5 anos de idade e começou a tocar guitarra aos 12 anos. Ele saiu da Escola Secundária Travis em 1965. Seu primeiro grupo chamado ‘The Spades “se tornou um sucesso, com sua canção,” We Sell Soul “. Ele foi um dos membros fundadores do “13th Floor Elevators”. Eles lançaram cerca de quatro álbuns e  todos eles no topo das paradas musicais. Erickson tinha uma base de fã  enorme e se tornou um dos artistas mais famosos do seu tempo. Em 1968  ele foi detectado com esquizofrenia paranóide. Ele foi internado em um hospital psiquiátrico de Houston para receber electro-convulsiva terapia. Após longos anos de tratamento  ele voltou à música em 1995.
Além destes, outros  como a esposa de Abraham Lincoln, Mary Todd Lincoln, o famoso artista Picasso e o jogador de futebol americano  Lionel Aldridge foram algumas das outras pessoas famosas que sofreram  de esquizofrenia. O que faz essas pessoas se destacam é a coragem que mostraram  na luta contra o destino que havia trazido o seu caminho.